Da minha variável mais constante: a alegria

essa ilustração passa uma ideia tão bonita... que eu a salvei e achei que se encaixava lindamente com um texto que escrevi no dia 04 de outubro; e caso não creia em alguma divindade, veja-a como semelhante a você, não importa se de uma sopa, se de poeira dos cosmos ou de uma fonte ou Deus, bem sabemos que muito provavelmente, viemos de um lugar só.

Algumas vezes o coração pesa, fica amargo. Entristece, como qualquer outro. Normal. Habitual. É o ser o que se é. Mas inicia-se também o meu anseio por voltar a sentir o amor em meu coração novamente, recomeça o anseio para ver a beleza nos mínimos detalhes, renasce a minha vontade de ser cada vez mais o que eu sempre quis sentir. 

Depois de uma dor momentânea, que pode durar mais de um dia ou mais de uma semana, quando volto a sentir outra coisa com maior intensidade, como a paz, o amor, é de tamanho alívio que os meus olhos marejam. E me sinto tão grata por poder voltar a sentir tal sentimento edificante, quero contagiar os outros, quero abraçar o mundo e amar mais até os que antes, eu não queria despejar tal amor. 

Quando triste, prefiro me isolar para não contagiar. Enquanto alegre, eu quero transbordar até pelo ar que respiro o bom que sentimento que sinto. Eu quero colocar todos em minha oração, eu acredito que apenas o melhor há de acontecer e fixa-se a certeza de que o mundo é de fato um reflexo daquilo que carregamos em nós mesmos. Pois quando estamos triste, a tendência é que tudo fique feio. Mas quando estamos felizes, a tendência é de que tudo se torne mais possível e belo. 

Por isso quando entristeço, mal tenho tempo para curtir a minha tristeza, deixo ela vir, compreendo-a em sua essência e deixo-a ir, pois tão logo depois a compreendo começo a desejar meu bem-estar de volta. Posso ter uma essência triste, solitária, mas no meu coração, só faz morada o belo, o amor. O meu coração é o meu baú sentimental, onde preferi dar preferência somente ao belo, ao sutil, ao singelo. 

Sou poeta, dolorosa, dolorida, enfeito a dor. Enfeito-a não para a tornar bela, romantizada. Enfeito-a para não ser tão dolorosa de se sentir, torno-a bruta em sua essência, sinto e deixo ir. Aprendo a lição e deixo partir. A tristeza que não é amiga ou inimiga, assim como a alegria também não o é. São apenas formas de sentir, de ver o mundo. A minha favorita ainda é a alegria, mas ainda não é o que desejo. Desejo, a neutralidade. Mas, com um passo de cada vez, eu sigo adiante. Tenho por enquanto, a alegria como a minha variável mais constante.

Ana Lua, com carinho e gratidão
tumblr de fotografias: Ruído Artístico 

2 comentários:

  1. "A tristeza é o intervalo entre duas felicidades" - tem dias que a gente pensa assim, tem dias que não.
    Sabe, eu estou, infelizmente, entre as pessoas que sentem muito grande parte do tempo. Daquela em que ou toca a alma de uma maneira avassaladora, ou não faz nada, então quando eu tô sofrendo, até pelas menos coisas, é no nível tocando sertanejo, jogada no chão, com crise existencial, sem ânimo nem pra me mexer ou comer bobeiras.
    Mas, apesar disso, as vezes, eu paro e penso que a neutralidade é mais sem graça, sabe? É tipo cinza, que uma cor sem cor. Mesmo sendo a rainha do drama, as vezes, só beeeem de vez em quando, eu gosto de ter um dia de cada cor.

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    1. Também pode ser "a felicidade é o intervalo de duas tristezas". hahaha Já estive nos dois pontos de vista! :p

      Ah, eu sou super sensível, mesmo. Já até diagnosticada. kkkkkkkkkkkkkkkk Tenho até que rir pra não chorar. E depois vem o "não tem nada de errado com você". Sou assim também!

      Minha vontade de ser "neutra" é baseada no budismo, no controle da mente, entende? Mas isso é algo que ainda estou construindo. E ela vem justamente da vontade de deixar de ser tão intensa, pois dói demais, quando tem que doer. Eu sou muito, muito e muito intensa. É uma coisa que se percebe logo de cara em mim. Mas se você não sofre com isso, como eu sofro, viva! kkkkkkkk Eu quero uma vida mais calma, mais equilibrada. Pois tudo me consome demais.

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