Início de jogo, senhorita


Um ano depois...

    Ela, é Fernanda. Ele, é Marcos. As aparências enganam, sabe? Eles cruzaram estrelas naquele dia, e continuam a traçá-las a cada dia. A luz começa a invadir o ninho dos dois, melhor, a kitnet dele. A cama estava bagunçada, os lençóis cobriam algumas partes dos corpos despidos, as roupas estavam espalhadas pelo quarto. Ela estava acordada, admirando cada traço dele.

- Nunca pensei que perder fosse tão bom..., sussurrou ela, tão baixo que pensou que não o acordaria. Mas juntando o som da sua voz com o seu toque pelo rosto dele, o fez acordar. Como não acordaria? Bastava um toque entre a peles dos dois, que tudo se tornava mais eletrizante.

    Os olhos castanhos pareciam cada vez mais mansos. Os cílios grandes, os olhos pequenos e o sorriso aberto e encantador de sempre. Mas ela, estava perturbada por ter sido pega observando-o. Já que obviamente, estava com cara de boba-apaixonada.

- Não... não fuja.
- Minha expressão de apaixonada é tão fofa assim?
- Você é fofa de qualquer jeito.
- Ah...!
- Vem cá!

    E meio a contra gosto, recomeçava. Ela sempre se perguntava como não se tornava diabética com tamanha doçura do namorado. Mas ela meio que já estava ficando agridoce... Já não ficava vermelha por qualquer coisa com ele. Não discutia mais pela falta de organização. Deixou o cabelo crescer. Voltou a usar all-star quase todo dia, fosse santo ou não. Tatuou na nuca. Sorria abertamente. Ia para qualquer local que desejasse. Como uma garota "má".
    Depois de se tornarem um só mais uma vez, ele deitou de barriga para cima, sorrindo. Ela foi atrás da blusa comprida de xadrez dele e a vestiu. Só prendeu alguns botões e deixou tudo solto. Foi atrás dos cigarros dele e acendeu um. Ele a olhava de rabo de olho. "É o paraíso", pensava ele. E ela sabia o que ele pensava. Deu só uma tragada e passou para ele.

- Acho melhor assim.
- O quê?
- Bem, pelo menos um de nós dois tem que ser mais... normal.
- O que está se passando em sua cabeça, hm?

    E assim, sentou ao lado dele, na cama. Que já tinha vestido a samba canção. E passou a mão pelo cabelo. "Como irei falar isso?", pensava ele. E ela já passava a ficar assustada.

- Ah... é...
- Ai. Meu. Deus! - e assim, ela levantou, exasperada.
- Calma... calma! - ele levantou também, mas já era tarde demais.
- Quer terminar, né? Que mané destino, traçar estrelas, "não seja a minha Sophia"... Como fui burra!

    E puxou o cigarro da boca dele e começou a tragar o mais rápido que conseguia. Tossiu. E ele tentava acompanhar a sucessão de emoções dela.

- Fernanda!
- O quê?
- Quero te pedir em noivado, maluca! Noi-va-do!
- Noi... o quê?
- Maluca. Quero noivar com você. E com a sua loucura também.
- Noivar?
- É, noivar. Por isso que alguém precisa ser mais ou menos normal. Famílias precisam de regras, não é?
- É, precisam sim. Então... quer casar mesmo, hein? - disse mais calma, passando a mão pelo cabelo. Nem sabia mais onde que o cigarro se encontrava.
- Quero.
- É... Eu também.
- Ah... não foi tão difícil! - e deu um beijo grudento na bochecha dela, que parecia anestesiada.
- Minha nossa, estou noiva. Noiva... Vê a loucura que você fez com a minha vida? - e se jogou na cama.
- E é? Mas é uma loucura boa. Ou estou errado?

    Ela revirou os olhos. Aquilo era loucura. Mas também não podia recusar. Apenas um ano e já estava noiva. Onde aquilo iria parar? Bem, parece que no altar, no mínimo.

- Outro cigarro? - perguntou ele, enquanto ela remexia na caixa de cigarros.
- É, outro.
- Vou fazer o café, enquanto sua mente perturbadora processa sobre o noivado. Ou está pensando em desistir? - ela sorriu de canto.
- Não, seu bobo. - e foi andando até ele e o abraçando por trás. Era bom sentir o cheiro dele. De uma forma inexplicável.
- Que bom, então!
- Já que naquele dia, não era o fim, certo? - e então, olharam nos olhos um do outro. Daquele jeito só deles. De mergulhar na profundidade um do outro. Algo tão normal entre eles.
- Finalmente você entendeu. Exatamente. Ali, só era o início do jogo, senhorita!

xxx

    Decidi que vou ficar escrevendo sobre esses dois...  Sem compromisso, apenas quando bater uma vontade. Poucas pessoas leram, mas... eu gostei da história deles dois. Esse foi bem pequeno, apenas um pedido de noivado. haha Mas... sei lá, eu gostei. Espero que você também tenha gostado.
    Hm, o blog tá meio abandonado. É que tenho vindo poucas vezes para o computador... E acessar pelo celular, não é tão legal. Vou retribuir os comentários e até seguidas, assim que puder. Nessa semana que vem agora. Obrigada e até a próxima!

Ana Débora
 Redes Sociais: facebook l ficklr l tumblr
o meu destino é você

Um comentário:

  1. Adorei !!! Vou ser sempre que der , bjs

    picnictemplate.blogspot.com

    ResponderExcluir

Obrigada pela visita e obrigada por comentar.
Comenta com carinho. *3* hahaha