Sou minha própria gaiola


Amo e não demonstro
Ardo e não exponho
Desejo no olhar
Não permito o tocar

Sentimentos à flor da pele
Que só eu sinto
Mas finjo e minto
Que eu  não sinto
Sou fogo ardente
Mar revolto
Areia movediça
Mas transpareço pedra
Eu não sou honesta

Quando já pertenço
Finjo que sou indomável
Quando já pertenço
Quando já estou entregue
Finjo que sou indomável
Finjo que sou livre
Mas sou presa
Sou minha própria gaiola
E só eu escuto o meu choro triste

Pareço misteriosa
Mas não é mistério
É fuga, é proteção
Acreditei que amar
era sofrer pelo outro
Queria que provassem me amar
Sofrendo por mim
Mas ainda faz muito pouco tempo
Que eu descobri, chocada
Isso não é amor

Sou minha própria gaiola
E ninguém tem que sofrer
Pra me alcançar
Ninguém tem que quebrar a barreira
Quando eu apenas poderia permitir entrar
Mas eu sou minha própria gaiola
E só eu escuto o meu choro triste
Mas eu sou minha própria gaiola
E ela está aberta
Mas eu não saio
Mas eu não deixo ninguém entrar
E só eu escuto o meu choro triste

[escrevo, mas não exponho]
[tenho um blog, e escondo]

Ana Débora, com carinho e gratidão

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