O alvo (sei lá eu)


    Eu queria tocar o intocável. Quando sinto que não tenho sequer a mim mesma. É meu último ano na dezena 10. E eu me sinto com uma vontade enorme de escrever, mas sem saber ao certo o que devo colocar no papel ou no teclado que registra no espaço em branco do novo post, direito no blogger. Engraçado, pois no início eu só conseguia escrever no papel. Agora, escrevo nos dois. Mas há mais facilidade na máquina mesmo. A luz da tela me acorda. O papel, de alguma forma, me deprime. E eu não sei o motivo.
    Mentira, eu sei sim. Só não quero me estender demais. Cansei de me doar sempre que possível depois que quebrei muito o coração sendo assim. E eu sou do tipo que não hesita em mudar. Ah, menos no amor romântico...
    Eu posso amar qualquer coisa. Qualquer pessoa. Contanto que não seja romanticamente. Eu já escrevi sobre a minha maior insegurança aqui no blog, agora escrevo sobre um dos meus maiores medos: não conseguir pertencer a outra pessoa. Eu tenho medo de me tornar de alguém e tenho mais medo ainda de não me tornar de alguém. Nem que seja uma vez só na vida, só pra dizer que fui. O importante é ser, nem que seja uma vez só. Quem liga?
    Eu salvo o texto, olho pro título da postagem e me pergunto que raios de título eu poderia dar a esse desvaneio. Ou seria este? Nunca gostei muito das regras de português. São demasiadas. Língua complicada. E de complicada já basta eu. E já disse que não gosto de regras. Imagina só muitas regras. Impossível. Não dá. E eu escolhi logo fazer Direito. Ora essa, é a área de humanas mais rentável e pop no momento. Mas e no meu íntimo, o que eu queria?
    Ah, isso é segredo. Mentira. Eu sei e digo o que mora no meu íntimo: ciências sociais na federal e fotografia como passatempo. E sempre que leio ou escrevo passatempo eu lembro daquele biscoito caro. Ah, aqui em casa só tinha bono e já era luxo. Já é recheado. Chique. Eu ia reclamar de quê? Nunca fui de reclamar dessas coisas. Eu tinha gosto era de reclamar das pessoas. Mas hoje em dia? Nem isso mais. Eu reclamo é de mim mesma. Um dia a crítica atinge o próprio pé. E eu finalmente direcionei totalmente a minha para um alvo só: eu mesma.

Ana Cruz Lua
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só pra escrever mesmo
as palavras escorrendo pelos dedos

Um comentário:

  1. Ana, primeiramente, quero agradecer pelo apoio que me deu lá no post, significou muito para mim e suas palavras me confortaram, obrigada <3

    Pergunto-me como deve ser estar rumo aos 20, até porque parece que a cada ano o tempo passa mais rápido.
    Eu amo escrever no papel, só que cartas aos meus amigos, talvez seja o meu lado inclinado ao romantismo, não sei, mas também não conseguia escrever no note antes, mas agora mudou. Mas as coisas tendem a mudar mesmo, talvez seja pela facilidade, não sei ao certo.

    Você descreveu o meu medo nesta frase: "Eu tenho medo de me tornar de alguém e tenho mais medo ainda de não me tornar de alguém".
    Sabe, eu sou do tipo que me apaixona a primeira vista e facilmente, muito embora até agora só tenha gostado de quem não presta (é o meu defeito), mas tenho essa pequena dificuldade relacionada a minha personalidade e falta de confiança, porque sempre acho que sou um inconveniente ou força ou estúpida, dependendo de como ajo ou o que digo, porém estou começando a aceitar isso; até porque a gente pareça meio idiota as vezes kkkkkkkk'
    Mas acho que todo mundo consegue pertencer a alguém, é meio bobo, eu sei, mas é verdade. Porque não importa o quão rebelde, suscetível a mudanças, idiota ou amarga alguém seja, sempre vai existir aqueles que aceitam isso e tenham até alguns pontos em comum, tipo os nossos amigos.

    Eu me confundo com o título direto, LOL, não sou muito boa em rotular as coisas, ou dar nome a elas.
    Sempre só reclamei de mim mesma, mas sabe aquilo que você disse sobre aceitar você mesma? Então, Ana... infelizmente somos seres humanos, e tô começando a entender que temos defeitos, então seja boa com você mesma, como disse.

    Sabe. Tem uma hora que a gente cansa de tentar entender nós mesmo ou pensar no que fazer (e o porquê fazer, ai entram coisas como dinheiro e responsabilidades). E no meio dessa busca eu comecei a descobrir que não dá pra entender tudo, mas dá para ter uma base do que se quer, o que se é e o que quero mudar.
    Você está indo para a casa dos 20,porém ainda existe muito tempo, mas o mundo não para de girar. Então tente fazer o que gosta e aceitar essas coisas sobre si que reclama, e se não gosta de algo faça como eu: mude. Pelo que li você é mais corajosa que eu nesse quesito, e não tem medo de mudar.

    E eu falei e falei, dei voltas, e acho que fiz um comentário muito grande e confuso, sorry XD

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