Eu penso que eu sou louco. Mas eu sou feliz.
"eu prefiro ser essa metamorfose ambulante"
Ser nova no mundo adulto é como nascer novamente. Acredite, no quesito aprender tudo novamente é bem pior do que a adolescência. Começando pela Universidade. É o primeiro choque (pelo menos pra mim). Você não sabe como funciona, como são as provas, e como qualquer ser humano vai ficar nem que seja ao menos um poco, aterrorizado. Os já adultos até dizem que é na Universidade que de fatos estamos ensaiando a vida adulta. Cara, é assustador.
Ando descobrindo que a metamorfose não sai de ninguém. A diferença é de que quando nos tornamos adultos, não dá pra sempre ficar mudando. Tem mais coisas em jogo e não teremos ninguém pra segurar as pontas por nós enquanto tudo desaba. É por isso que muitos dos adultos se tornam amargos. A maior parte das pessoas não sabem lidar com as coisas e só por que descobrem que as coisas só pioram começam a detonar crianças e adolescentes que sofrem com os seus próprios problemas.
Apesar de sinceramente eu já ter sofrido nessa vida adulta tudo o que já sofri antes dela e mais um pouco, no momento, não estou amarga. Eu sei que apesar do sofrimento ter sido maior, eu tinha muito mais amadurecimento emocional e psicológico pra segurar a onda. Quando somos mais novos é tudo mais assustador e incerto e parece que o mundo vai nos engolir. Mas é isso mesmo. Quando adolescentes nós não temos controle sobre nada. A própria lei diz que até os 16 são seres incapazes de responder por si próprio e que até os 18 pode responder mais ou menos por si próprio. Aos 18 de certo modo, é nossa alforria sim. É quando finalmente respondemos por nós mesmos. E assim é como se começasse a fazer sentido de que a sua vida é sim, a sua vida.
Tem gente que sente saudades da infância. Eu sinto, normal. Mas não quero volta pra lá. E quando quero voltar pra algum lugar, seria apenas o útero da minha mãe mesmo. Eu sempre dormir em posição fetal denuncia isso. Adolescência? Ainda é a pior fase da vida. Mentiram pra mim quando me disseram que ela é a melhor fase e também mentiram quando disseram que a inconstância passava depois dessa "melhor fase". Mas não vou julgar. Pois as pessoas assim como eu, escrevem e falam com base naquilo que viveram.
Só sei que entrei na segunda década da minha vida. E das coisas que venho aprendendo é que ter a liberdade de se viver tem o seu preço. Ser criança é bom, é inocente, é leve. Mas somos totalmente dependentes, não decidimos nada e estamos à mercê de tudo. A adolescência ainda fica como a fase horrível. A fase adulta? Ela é brutalmente cruel mas também estupidamente linda. E eu devo ter isso que nem sei se existe, mas talvez jogue no Google mais tarde. A Síndrome de Raul Seixas, a síndrome de sempre estar mudando, se adaptando, sendo uma metamorfose ambulante...
Ana Lua
Que sejamos crianças, adolescentes, adultos, mas que sejamos livres dos nossos próprios julgamentos interiores! Que nunca tenhamos medo de abandonar a velha opinião formada sobre tudo!
ResponderExcluirVivo, assim como você, a "Síndrome de Raul Seixas". Sempre fui metamorfose ambulante. Um dos meus passatempos preferidos, inclusive, é olhar para trás e me divertir à beça com hábitos, defeitos e gostos abandonados... Também gosto de olhar para frente, imaginar no que vou me tornar na segunda década da minha vida. No presente, estou feliz. Já disse: sou/sempre fui metamorfose ambulante. Convivo relativamente bem com isso. Tô de boa comigo mesma!
Exatamente isso, Lari! :D
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