Bilhetes de Ansiedade


Já escrevi os bilhetes tem um certo tempo, escrevi em meu celular por motivos de: não estar em casa. Foi quando tudo chegou num ápice de estresse pra mim, mas creio que pra muita gente é de forma similar até sem ter tanto motivo para ficar assim. Pois nem sempre a ansiedade patológica precisa de um motivo para surgir. Uns lidam melhor que os outros e outros nem conseguem lidar, acontece. 

E pra quem não consegue imaginar o que é, talvez esses bilhetes te ajudem nisso. E perceber também que a ansiedade normal não é como a ansiedade em estágio de doença. Não tem coisa mais chata do que alguém comparar a ansiedade normal dela, que nunca a prejudicou em nada, com a sua que já ferrou com você em várias coisas da sua vida. 

E pessoas ansiosas não são loucas, elas só "interpretam" a situação de forma mais perigosa do que ela é e mesmo sabendo que não é bem aquilo (tem vezes que a gente sabe que não faz sentido também), não consegue acreditar de fato que é algo menos assustador.

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O coração dói contra o peito. A agonia que é emocional chega ao físico. Essa dor no peito não é um ataque cardíaco, mas de ansiedade. Ansiedade findada nela mesma. Nasce do desconhecido e impregna a realidade-ilusão em que vivemos. 

A dualidade que sempre viveu em mim nunca esteve tão forte e aflorada. Qual caminho eu devo escolher? Nunca estive tão atormentada. A pele pinica em reclamação ao ciclo de ansiedade que não sai do seu ápice. Os olhos que pedem descanso e o motorista que não tem pressa. E para piorar, tropeço num engarrafamento. 

A ansiedade acumula em mim assim como os carros empilham-se um atrás do outro. Mas no meu caso não vem ninguém vindo para organizar a minha bagunça que acumulou. Eu sou meu próprio desafio, meu único prêmio e minha única juíza. Eu dou e pago a sentença a cada instante.

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Expressão nova para ter ansiedade no pior estágio: é como ter uma arma apontada contra a sua cabeça. É como um perigo real e que irá custar a sua vida. A sua mente dita e você acredita. 

Eu pensei que tinha conseguido, mas não fui eu. Não ainda. Escrevo por acreditar que de alguma forma me ajudará, como me ajudou com a depressão. A ansiedade para mim é pior que ela. Nunca achei que afundaria pela depressão. 

Mas é como disse: sinto a ansiedade como uma arma prestes a disparar contra a minha cabeça. É a ameaça de morte que sufoca. Sinto como se ela pudesse me afogar enquanto menos espero. Nunca sei quando vai vir. Diferente da tristeza, que vem aos poucos. 

Melhor aceitar minha condição com amor. Acolher e deixar a luz transmutar em algo bom. Mesmo que decidir isso agora seja emocionalmente impossível. Hoje, a ansiedade mais uma vez me amassou, me triturou e jogou todo o meu esforço no lixo. Fez o sangue descer. Fez o sangue descer de uma mulher Lua de Sangue.

Ana Débora, com carinho e gratidão

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