Da minha saga: do casulo às asas


Em diversos textos escrevo sobre casulo. De me isolar para poder então quando sair do casulo, voar. Como em Voa Ana, Voa. Disse que tinha saído do casulo, que já era capaz de dar voos baixos e estava feliz com isso. Mas já não estou mais. O que faço agora me soa pouco demais, quero poder rasgar mais e mais o céu. Mas para poder voar mais alto, não posso temer a queda. Para voar tão alto e tão rápido, eu preciso não pensar tanto, mas agir. Mas se quando tem o pensamento como via de regra, é complicado largar a estabilidade que ele finge nos dar. Pois pensar não te dá domínio sobre grande coisa, no fim das contas. 

Questiono a minha própria fase de borboleta. Eu cheguei a esse ponto mesmo? Voei baixo e agora estacionei? Isso não faz o meu tipo. Tem gente que ambiciona nota, dinheiro, roupa. Eu ambiciono um alguém cada vez melhor e não paro até achar que já conquistei o suficiente. Depois de ter vários momentos de mimimi intensos, lembrei "que raios de borboleta é essa que você virou?" ou "você demorou horrores dentro de um casulo pra isso?". Eu quero mais, voar mais, mais alto, sem medo da altura ou da velocidade.

A minha Síndrome de Raul Seixas há de me ajudar. Meu medo não pode ser maior do que a minha capacidade de mudar e de me adaptar as novas realidades. Eu preciso explorar áreas que nunca explorei antes. Preciso começar a estudar mais o que gosto, tirar fotos do que quero guardar através das minhas lentes, quero dançar em festivais, lutar pelo que acredito e  não apenas falar, viver um amor ou paixão, escrever poesias depois de uma ressaca de felicidade, tornar minha alma livre de maus pensamentos... 

Quero sentir que não apenas posso tocar e explorar o mundo, como o inverso também. Eu quero desfrutar do mundo e quero que ele me desfrute. Percebo agora que a minha vontade de gritar e a minha sede de liberdade é essa. A bênção e a maldição que é a escrita. Eu quero desfrutar da vida na mesma proporção em que ela se desfruta de mim. Eu quero ser boa para o Universo e que ele também seja bom pra mim. Não deixa de ser uma troca. É o que é, na verdade. Seja eu borboleta ou não, esteja eu de volta ao casulo ou não, essa se tornou a minha maior ambição. Preciso me sentir e viver como parte real do Universo.

Ana Lua, com carinho e sede de pertencer e voar mais alto
sobre minha vida de unicórnio: Ruído Artístico

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