Sobre Dezembro de 2015 + papo sobre 2016


O blog ficou o que eu não queria: abandonado. Mas como 8 ou 80 que sou, depois de sair de um 80 de responsabilidades, assim que o período acabou eu fui parar no 8 de responsabilidades. Ou seja, responsabilidade nenhuma. Com qualquer coisa, sequer pessoas. Eu tive que fazer uma escolha, em novembro. E em dezembro de um jeito desengonçado e preguiçoso (não vou mentir), comecei a colocar em prática. Eu sou uma pessoa que poderia ser definida em "uma pessoa maravilhosamente boa, mas preguiçosa". E isso é um defeito maior do que parece. 

O que 2015 foi para muitos, foi o que 2014 foi pra mim. 2014 foi o ano que eu acabei dando "amém" por ter acabado, foi literalmente uma felicidade o deixar pra trás. Já 2015, não foi um ano tão fácil, de fato. Mas foi um ano que não teve basicamente coisas ruins como em 2014. 2015 foi um ano que começou muuuuito bom e não consegui manter assim até o fim, mas depois eu recuperei o tempo perdido e foi maravilhoso!

Enfim... Dezembro foi quando concluí mais um período, infelizmente, acabei tendo que trancar uma matéria para fazer depois, mas ainda assim, senti que foi bom, sabe? Eu aprendi muitas coisas. Aprendi a lidar com os problemas que tenho, aprendi a ter mais paz (mesmo possuindo ansiedade), aprendi a gostar mais das pessoas, aprendi a me sentir grata por ter um família, aprendi a me sentir grata por estar viva, por ter o coração que eu tenho, por tudo. Me sinto grata por me sentir feliz até com a alegria de quem já não me fez bem. .Estou muitíssimo grata por aceitar o que cada um é. O respeitar por ele ser quem é. Estar em paz por saber que todos temos a mesma capacidade de ser alguém bom.

Eu amadureci e muito em 2015. É como se os amadurecimentos de anos passados tivessem se firmado, solidificado, sabe? Criado raízes. Quando minha irmã adoeceu, eu passei um perrengue em casa sozinha. Nove animais e meu pai estava muito gripado e foi bem na época em que eu estava executando um projeto enorme, foi na época do dia das mães também. Eu sou muito apegada a minha mãe e passei esse dia longe dela, acabei sofrendo muito, quase pirei nesse dia. Depois minha melhor amiga viajou... Foi quando tive as férias mais pesadas, tudo aquilo junto e eu não queria preocupar ela, então guardei pra mim. Foi sufocante demais no início, mas depois me fez mais forte. Quando parei de dar mais foco ao que doía, comecei a me sentir mais grata por outras coisas... e foi quando comecei a mudar de verdade. De uma forma tão profunda e íntima que eu não consigo explicar em palavras até hoje e acho que nunca conseguirei.


Sentir gratidão é uma das melhores coisas pra se sentir. Sentir paz, sentir que você fez o seu melhor, que você sempre foi tão bem intencionado, que você foi sincero. Isso me dá uma paz sem tamanho. Eu errei algumas vezes em 2015, até me arrependi delas (foram duas coisas, só; fiz umas escolhas não tão boas, mas não considero como erro), mas compreendo o motivo de ter feito o que fiz. 

Sentir raiva é algo que não necessariamente fará mau ao outro, mas sem dúvidas, desde o princípio, não te fará bem. Eu tive alguns momentos difíceis em relação a algumas pessoas nesse ano e senti muita raiva, até demais. Foi péssimo, pois não gosto de desejar nada ruim para ninguém (e desejei), não gosto de sentir algo tão tóxico (mas senti e o pior, alimentei), quis até me vingar, mas no fim, não me vinguei. É importante lembrarmos que muitas vezes quando alguém nos faz algo ruim, não é por você ser você. Mas isso pode ser algo da própria pessoa. Sabe? Temos que ter cuidado com isso. E mesmo que tenha feito apenas com intenção de te ferir, é importante não dar esse poder todo pra uma pessoa que não quer o seu bem. Claro que colocar em prática não é fácil, eu estou trabalhando nisso fazem anos, já evoluí muito, mas sempre tem uma vez ou outra que piso na bola. Temos que nos proteger, sim. Mas temos que focar em quem nos quer bem e não em quem nos quer mau. 

Dezembro foi um mês com poucas saídas, mas adorei muuuuito todas em que eu fui. Desde o Natal, até o aniversário surpresa da amiga (olha a alegria da menina, melhor presente), o batizado da priminha. hahaha Amei pois foi com pessoas que adoro muito e que sei que me adoram também. É muito bom sentir isso. Por anos a depressão me tirou essas coisas e finalmente eu as tenho de volta. Na verdade, desde criança, foram as primeiras vezes que me senti assim e não foram embora depois de uma crise. Por sinal, foi a minha primeira virada sem nenhum resquício daquela depressão toda. É uma vitória incrível.


O que eu espero de 2016? Sinceramente, não muita coisa. Quase nada. Eu espero de mim, sabe? Tanto que minha terapeuta pediu para fazer uma lista com seis metas que dependessem apenas de mim e acabei as fazendo ontem, primeiro de janeiro. Eu já tinha feito uma antes, mas foi quando eu estava magoada, então fiz uma nova, mas com alguns itens da primeira e de uma forma mais clara e objetiva. Como sempre, não são coisas materiais. hahaha Típico meu. Eu só não sou uma pessoa sem ambição pois desde muito nova sonho com minha independência. Dai meu único foco material é esse, mais nada. Mas eu realmente não consigo ser essa pessoa que deseja aquele sapato, aquela bolsa, aquele carro... Não consigo. Não acho importante dessa forma. Tô feliz assim, é o que importa!

Então é isso. Na verdade, eis uma coisa que me desejo em 2016: saúde e foco! hahaha O resto eu corro, ando, até rastejo atrás, sozinha ou acompanhada. Mas sempre respeitando ao outro e a mim mesma. Desejo muita luz e muito amor para todos. É disso que precisamos acima de qualquer coisa.

Ana Débora, com carinho e gratidão

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