Sobre autossabotagem e o peso do medo

não tenha medo

Eu tenho algo para admitir. Sinceramente? Não é algo fácil. Mas quando você acaba se analisando e percebe que você sempre trabalhou para ser bom para os outros mas nunca para você, você percebe que deve ter algo de errado. Percebe que, provavelmente é por isso que sua vida não vai tão bem quanto poderia ir. Então você tem que se perguntar o que diabos está fazendo.

Eu posso me diferenciar das pessoas por ter um coração bem intencionado, mas só isso é muito pouco. Quase nada. Eu sou realmente boa em ajudar os outros e péssima quando se trata de mim mesma. Mas não é apenas drama. É coisa séria. 

Já ouviu falar em autossabotagem? Sou ótima nisso. E comportamento destrutivo? Bem, sou maravilhosa nisso também. Ou seja, eu não apenas recuso coisas boas como acabo "buscando" (geralmente inconscientemente ou talvez não tão inconscientemente assim) coisas ruins. YAAAAAAAAAAY. sqn

Tenho um histórico para ser assim? Tenho. E a verdade é que, eu preciso e muito escrever sobre isso, para que eu entenda que eu tenho dois comportamentos que não são legais e que eu preciso desconstruir parte dele (do todo) para que eu possa dar lugar a um novo. 

Eu sempre penso que eu não posso. Acho que tudo é demais pra mim. Acho que não mereço ou que não dou conta. Que vai dar errado. Que algo vai fazer com que não funcione. E muitas vezes quando algo bom chega, eu finjo que não é tão bom assim, começo a encontrar outras desculpas... Bah. E isso ocorre em todas as áreas da minha vida. Não é apenas vício em fugir, é autossabotagem. Além de ter diversos comportamentos destrutivos em relação a mim mesma. E apenas comigo mesma. Eu sou um anjo para os outros e um pedregulho no sapato para mim.

E ah... Como eu me ferro no campo emocional. As desculpas? As mais variadas possíveis e já na ponta da língua. Algumas são até ok, mas outras? Medo puro. Alguns eu não quis, pois não quis. Outros, repito, medo puro. Pois vou perder minha personalidade ou ser traída ou vou estragar tudo ou nada é eterno ou tudo dói. Aquela loucura dos infernos que você acha que só existe nos livros (caso não seja como eu, mas eu espero profundamente que você não seja assim também).

Tô nessa fase de confronto comigo mesma. Tô seriamente me perguntando que merda eu ando fazendo com a minha vida. As pessoas sabem cuidar melhor da minha vida do que eu mesma, isso é ridículo. Até que ponto? Até que ponto vou deixar as coisas boas passarem? Não dá mais. Para você vencer um problema, você tem que reconhecer que ele existe. Ok. Admito que pratico autossabotagem e possuo comportamento destrutivo comigo mesma. Agora? Vou começar a trabalhar nisso.

Isso não tem haver com amor-próprio. Aceitação. Nada disso. Tem haver com medo. Tem haver com a necessidade absurda de estabilidade. É inclusive, o medo de ser feliz. Tem haver com o apego com aquilo que você já "possui" e então seu cérebro faz você acreditar que você não pode experimentar mais nada ou irá perder o pouco que tem. Balela! A nossa cabeça, algumas vezes (ou sempre que pode), nos fode! Não tem outra palavra.

Eu estou levando a saga do casulo às asas de forma mais séria. Vou sim, criar métodos para melhorar nisso. E sim, vou postar tudo que convier aqui no blog. Nunca ouvi muito o meu coração, mas agora vou começar a escutar o pobre um pouco mais. Pensar, muitas vezes, nos leva sabe a qual lugar? A nenhum. Já o sentir? Sempre nos oferece algo novo.

Eu estava sem foco algum, em 2015. A não ser sobreviver. "Quero sair viva." Mas estou usando esse discurso já faz um tempo. Agora eu digo: chega. Não dá mais. Cheguei ao ponto em que estou gritando mentalmente para mim mesma, que chegou a hora de acabar com esse circo ridículo que montei pra mim mesma. Caso você seja praticante dessas coisas, pare com isso. Você merece coisas boas, você é capaz, você consegue! Não tenha medo!

Ana Lua, com carinho e vencendo novos obstáculos
meu ninho de amor e fotografias: Ruído Artístico

2 comentários:

  1. Eu já estou nesse time faz tempo.
    Sempre fui assim, sabe? Aquele amigo que tá sempre ali, qualé, sempre vou em funeral quando algum ente dos meus amigos morre, faço favores, ajudo no que der, com o tempo até diminuo um pouco o sarcasmo (mas ainda é minha marca, fazer o que), ajudo desconhecidos no meio da rua, já ajudei na escola como serviço comunitário, qualé, eu até participo de campanha de doação de sangue, e tudo isso sem esperar algo em troca, mas quando se trata de mim é um assunto complicado.
    Tenho uma relação de amores e ódio.
    Sou mestre da autossabotagem, ao ponto de mal conversar com desconhecidos porque já sinto que sou chata pra caramba pra eles, saca?
    Mas, sabe, eu não acho que exista pessoa que saiba cuidar da própria vida, ou a dos outros. Porque no fim quem toma as decisões do momento é você, sabe? E se dá merda quando envolve terceiros é porque as pessoas tem as mais diversas reações e ninguém aqui é o Akinator pra adivinha o que fulano/a pensa ou sente, eu nem sei o que EU sinto grande parte do tempo.
    Mas, sabe, o meu caso é diferente do seu.
    Não tenho medo da "instabilidade", mas sim de "algo estável" em todos os sentidos... mas não é algo que venha a calhar conversar por comentários.
    Porém, Ana, se tem uma coisa que eu possa te dizer é que: Certas coisas você vai conseguir mudar, acredite em mim, 100%? Provavelmente não, porque personalidade nasci, sim, um pouco já com você, contudo, se isso é algo que você tá buscando como você demonstra você pode mudar.
    Acho que já falei isso, mas sou fã de mudança.
    Se você me conheceu ano passado, provavelmente, não me reconhece esse ano. Faz parte. Na verdade, sou fã disso, vou mudando, mantendo poucas coisas. Yeah, sou instável desse jeito meio que por opção, torna tudo mais emocionante (não que eu saiba lidar com essa emoção adicional, mas okay XD).
    Adorei o post, e saiba que estou torcendo por ti #GoTimeAna

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    1. Sobre os desconhecidos, eu também sou assim. E é uma merda. Mas devemos parar, pois não somos telepatas. E não somos chatas. Temos que lembrar é que gostamos de nos ferrar e ir contra isso! kkkkkkkkkkkk Verdade seja dita.

      Eu sei. Mas é foda quando você só escuta "pare de pensar nos outros, pense em você", sabe? As pessoas tem que me lembrar que eu existo e que eu devo me importar comigo mesma... :c Seria engraçado se não fosse trágico.

      Mas eu também sou contraditória. Pois tenho medo da instabilidade e em contrapartida eu mudo e muito. Faço escolhas "radicais" o tempo todo. As pessoas nunca sabem o que esperar de mim. hahaha O ser humano é complexo, né? Também mudo bastante e por opção. Síndrome de Raul Seixas. Não é possível amadurecer se não aceitamos mudar. Meu problema com estabilidade tem relação com coisas que não cabem a mim, sou controladora (defeito imenso) que vem do "eu sei o que é melhor pra todo mundo".

      Essa é a graça da vida. Nunca melhoramos de vez, nem completamente. Sempre temos que ir melhorando, como um jogo mesmo, com níveis e tals. hahaha Mudança é vida! "Se não muda, o cheiro de morte só pode vir de você" (escrevi isso uma vez, acho que até postei aqui). Só para ficar claro o você do trecho não é você J. hauhauhaua Fiz pensando para as pessoas que dizem "sou velho, não mudo mais" o que a ciência já provou que não é verdade! huhuhu *gargalhadas internas*

      Se não muda, não há vida, não há nada.
      Muito obrigada! Por ter gostado e principalmente por torcer por mim! (não tem carinha pra essa alegria). Como falei no teu post, eu sempre estarei torcendo por você. Sempre.
      Beijo de luz. Que na sua relação de amor e ódio, o amor vença. Você merece isso, no mínimo! <3

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Obrigada pela visita e obrigada por comentar.
Comenta com carinho. *3* hahaha