Meu Nokia 635, um sobrevivente pela metade

Eu nunca liguei muito pra celulares. O meu lance sempre foram as câmeras e quando peguei a minha foi tipo "alooooooooooka, vida nova!!1!!". hahaha Mas ao chegar na Universidade, percebi que tudo girava ao redor de uma palavra praticamente desconhecida: whatsapp. Eu realmente não sabia o que era de fato, demorei muito tempo para aprender a escrever o nome do aplicativo e o que raios era aplicativo que eu não sabia? O que eu sabia sobre isso era o que duas amigas e minha irmã me falavam, mas ouvir e ter que usar são coisas completamente diferentes. 

minha reação interna era essa, enquanto eu fingia que sabia de tudo e ficava me perguntando como raios eu arrumaria um celular com esses requisitos

Tem até uma espécie de manual sobre como se comportar no whats. Acha que eu sabia? Eu era a senhora emojis (não é mais emoction por qual motivo plausível?) e não sabia que isso significava dar mole. Desde quando? Que eu saiba é para expressar os sentimentos. Odeio essa coisa de "se age assim, quer; se age assim, não quer", gente, que saco. Ninguém nasce com manual de instrução não, viu? Vamos aprender a ser mais criativos e a nos conhecer melhor ao invés de apenas agirmos como manda o figurino? Enfim...

Eu estava ficando de fora de t u d o ! E como alguém que tinha acabado de ficar mais de um ano com o mínimo de contato social, eu estava tentando a qualquer custo retomar essa parte esquecida de minha vida. Ou eu comprava um celular ou eu comprava. Então comprei. Eu não sabia muito, queria um que tivesse uma tela grandinha pois eu estudava e muito pelo celular. Peguei um com uma câmera bem mais ou menos, para não dizer que nem MP tem. hahaha E pronto! 

Mal se passou um mês e eu detonei a tela do celular. Foi lindo de se ver. Fez-se aquele silêncio ~congelante~ ao redor, aqueles olhares de "coitada" ou "que dor" ou "ela não merecia passar por isso" ou "porra, você já quebrou o celular em um mês?". A culpa não é minha se fazem as coisas feitas para quebrar, né? Mas foi, eu fiz isso. No início sofri, mas depois? Nem ligava mais. 

segura o choro amiga, quem mandou nascer desastrada...

Depois de um tempo, o celular caiu novamente e a tela se rachou ainda mais. Passei meses com o celular assim. Então a tela foi trocada. Algo chocante. O celular parecia novinho em folha. Mas óbvio que felicidade de pobre dura pouquíssimo! Depois quebrou um pedaço da capinha, onde pluga o carregador. Desde então, ele só carrega com gambiarra. Acho meu celular super único. Coisa de gente não normal. 

E o mais chocante, um dia deixei o celular em cima da bolsa que estava em cima da mesa. Minha mãe conseguiu se enroscar com uma das alças da mochila e fez com que ela girasse e o pobre do celular saísse voando. Não tinha nem duas semanas com a tela nova e assim, ela foi rachada novamente. E no final, de alguma forma, a culpa era minha. 

A capinha seguindo o mesmo ritmo, num dia em que fui tirar o celular do bolso, começou a cair. Um pedaço do canto direito do celular está caindo. Okay. Nem fiquei chocada. O que deixava todo mundo surpreso é a resistência do danado. Isso tudo aconteceu em pouco mais de um ano da existência do celular. Recentemente, eu finalmente consegui fazer metade do touch do celular parar de funcionar. Mas o danado ainda funciona. Pela metade, mas funciona. Ele resolveu cair da escrivaninha, revoltado, pois já estava no terceiro alarme e eu não levantava (geralmente levanto com o início de segundo ou antes de tocar o primeiro).

Mas é isso. Tem gente que diz "ainda tem a essência do Nokia, né, pô?". Vai ver que sim. Pois esse celular já tomou muito mais quedas do que as que citei nesse post. Sem dúvidas, mais de vinte tombos. Caia e eu já ia lá, tipo "tudo bem, sempre acontece". Foi meio desesperador pegar ele funcionando pela metade, não estou em condições de comprar outro. Mas ainda tem a metade, então tudo bem, estou salva. E ele também, nem que seja pela metade.

Ana Lua, com carinho e bom humor
sobre ser um unicórnio velho: Ruído Artístico