peguei no facebook, mas não lembro onde :///
Eu já fui uma casinha de coisas ruins. Pois gente é assim, tudo nos marca, mas nós que damos o peso e o significado para cada coisa, pessoa, acontecimento, sensação e tudo o que a nossa memória pode registrar e que pode criar marca na alma.
Eu sempre fui rebelde. Sim, um espírito rebelde. Do tipo que não se contenta com resposta meia boca, que questiona, que não aceita o convencional. Rebeldia é uma energia de destruição. E eu tinha de sobra em mim. Não é difícil ficar revoltada com as coisas quando você as enxerga, não é? A realidade é uma coisa que dói pra descer pela garganta. E é melhor que desça. Pois gente entalada não resolve nada. Engole e engole calado para fazer diferente depois.
Voltando ao choque com a realidade. Se é mais fácil se revoltar primeiro, imagina eu que já tinha a rebeldia como natureza? Não foi apenas uma rebeldia, foi a rebeldia. Eu não fazia perguntas, eu era o ponto de interrogação com exclamações ambulante. Eu não dormia. Eu chorava, eu questionava, eu escrevia. E eles nunca me respondiam. Nunca era suficiente. O senso-comum não me era suficiente. A casca era muito pouco para o que minha visão seria capaz de alcançar. Eu precisava fugir do superficial que me afogava.
Eu mergulhei no obscuro mundo da dúvida, da depressão. Minhas madrugadas eram recheadas de lágrimas, questionamentos, elaborações de suicídios e promessas. Além de claro, eu olhar pro céu, observar as estrelas e a Lua. Quantas vezes eu não esperei o Sol nascer para fingir que tinha dormido? Mal eu sabia que minha mãe ouvia o meu choro silencioso dia após dia. Mas os do banheiro ainda quero acreditar que é segredo e que o revelei agora. Mas no fim, o que isso importa?
Voltando ao mergulho. Não era só o mundo. O problema estava na escola, nas amizades, na família, em casa. Tudo parecia feio. Eu me enxergava horrorosa. O mundo era feio, os homens precisavam morrer, eram o câncer do planeta. As pessoas eram falsas. Eu sempre acabava machucada. Depois joguei a culpa em minha sensibilidade. Pensam que quando me isolei fui compreendida? Óbvio que foi o contrário. Eu mergulhei em um mar de solidão, culpa e dor.
Se eu soubesse que isso me machucaria bem mais do que as pessoas, eu juro que não teria o feito. Até hoje me restam as cicatrizes. Mas eu não tinha maturidade e nem forças para suportar a dor que o mundo me trouxera, naquela época. Então eu também não me arrependo. Hoje eu sei que a dor de um coração partido é bem melhor do que o tédio de um coração intacto. Sentir dor é melhor do que sentir nada, apenas o vazio. Por isso que o Universo não se contrai, ele se expande. Pois ele não é vazio.
Eu nunca esqueci das minhas promessas. Uma das primeiras, é de que eu queria ser uma pessoa equilibrada quando se tratava de razão e emoção, que sim, usei a letra do Nx Zero para tal, e sabe? Eu consegui. E sempre que realizo uma promessa (ou meta) comigo mesma, inicio outra. Estou em uma agora e dá para perceber pelo que tenho feito, não é? Passei uma adolescência onde me privei de muita coisa. Eu estava me protegendo de um lado e me fodendo de outro. Não tem como fugir da dor sem sentir dor. É como se fosse não, é uma espécie de punição mesmo. Estilo a vida dizendo "não adianta fugir, agora senta e choraaaa".
Mas qual o foi o ponto crucial da minha mudança? Quando foi que ficou mais fácil sentir algo bom do que algo ruim? A resposta foi uma que as pessoas sempre me disseram: positividade. Eu era muito negativa naquela época, eu repudiava qualquer sentimento bom, qualquer ajuda (a não ser que eu pedisse por ela), achava sempre que tudo daria errado (até como forma de proteção, ainda hoje, algumas vezes, ainda faço isso...) e sabe, era um saco. As pessoas detestavam isso. E eu também me chateava com elas. Mas hoje mais do que nunca, eu as entendo.
Ok, mas como me tornei mais positiva?
1. Comecei a bloquear os pensamentos ruins. Eu sei, é difícil. Quem disse que seria fácil? Mas é possível. É trabalhoso, requer observação pesada de você em você mesmo, mas o resultado é ótimo demais, então vale o esforço!
2. Deixei de ouvir músicas com letras negativas... E até foi aí que conheci o k-pop. Aconteceu mais naturalmente do que eu ousei planejar.
3. Comecei a aceitar as boas mensagens do facebook. Ainda são um pouco toscas, mas são de grande ajuda. Dá uma força no quesito acumular boas energias.
4. Comecei a acreditar que as coisas podem sim, dar certo. E dar errado também. Mais sempre favorecendo as boas energias e não o contrário.
5. Me afastei das pessoas que não me faziam bem e muito tempo depois, comecei a me aproximar das que me faziam bem.
Foi fácil? Não. É um processo demorado? É, ainda estou nele! Vale a pena? Mais do que isso, é um valor incalculável. E isso não é sobre eliminar coisas ruins e agregar coisas boas. Isso é, antes de tudo, amor próprio. É ter fé em si mesmo. Acreditar que pode recomeçar novamente e novamente, não importa quantas vezes não saia como planejado. Pois é sempre sobre você, não sobre os outros. Por isso que Charles diz "o homem quando está em paz, não quer guerra com ninguém" e isso inclui ele mesmo. Acreditar em você, pegar leve, se compreender, é o essencial.
Ninguém passa tanto tempo com você como você mesmo. Se você não se suportar, quem é que vai? Eu escolhi ser morada de coisas boas pois o negativo corrói, pausa, destrói, aprisiona. Enquanto que as coisas levem curam, constroem, libertam, trazem conforto. Sendo negativo você se destrói. Sendo positivo, você ajuda a construir.
Não sei como finalizar o texto. Engraçado, não é? Talvez eu não saiba terminar ainda, pois estou vivendo esse processo no momento. E está muito intenso. Mas eu sempre acreditei que estamos aqui para realizar algo, para melhorar o mundo de alguma forma. Foi no que eu sempre trabalhei. Eu mudar tanto não é vitimismo, como se eu mudasse e não entendesse. Eu sempre mudo pois eu sinto a necessidade de mudar, já que estou sempre me aprimorando. E isso nunca terá fim. E essa é a beleza da vida, pelo menos pra mim, que resolvi me tornar uma morada de coisas boas.
Ana Lua, com carinho e confissão
sobre a minha vida de unicórnio: Ruído Artístico
Ana Lua, com carinho e confissão
sobre a minha vida de unicórnio: Ruído Artístico
Ahhh que lindo é tão meio eu hihi. Eu passo por esses processos de transformações, mas sinto que tenho que melhorar mais em algumas coisas como voltar acreditar e aceitar novamente algumas coisas e tentar ser mais sincera com tudo a minha volta.
ResponderExcluirGostei desse sua lista para se tornar uma pessoa positiva, eu já estava deixando de caminhar com pessoas que não me fazia bem e só agora começo também a me aproximar de pessoas mais positivas. Faz bem isso.
Sim. Aceitar as coisas como elas são, também faz parte. Isso tira um peso enorme da gente, sabe? Dá uma paz... Já passei por isso, ainda bem. hahaha Eu diria que meu problema com a realidade não "existe" mais, agora o meu confronto é comigo mesma. Sim, sinceridade é tudo de bom! <3
ExcluirSim, faz um bem danado. Que não tem preço. Muita foco e luz em sua jornada! :D E que bom que gostou da minha lista! Foi o que mudou meu tipo de energia (positiva/negativa). Caso elabore uma sua, não deixe de compartilhar. Adoraria ler! :3
É sempre bom te ver por aqui. Beijão.
Segundo psicólogos. O ser humano tem tendência de se lembrar com mais frequência de coisas ruins, e que geralmente acontecem fora do cotidiano e com certa intensidade. Tipo, ser assaltado, cair do telhado. E ainda pode ser enganado pela memória, por ela, as vezes, implantar traumas que nunca aconteceram -doidera, né?
ResponderExcluirOu seja, já temos uma leve tendência a ser uma casa de coisa ruim.
Prazer, eu sou o cavalo rebelde de Spirit.
Sabe, sempre fui e sempre vou ser "A Inconformada". Nunca fui do tipo de jogar minha opinião na cara de primeira, mas quando perguntam por ela não consigo me conter e acabo lançando meus argumentos.
Mas, sabe, Ana, talvez seja só minha impressão... ou meu ponto de vista que você pode ignorar... mas todas essas dúvidas e tristeza, que se parece muito com a minha que hora ou outra aparece... foi o que te fez, ou melhor, nos fez ser assim. Ver as coisas da perspectiva que você escreve - que, em certos pontos, muito se parece com a minha - não é algo frequente, você deve ter notado...
E, não, eu não bloqueio pensamentos negativos. De certa forma eles até me motivam, vai vendo, porque eu quero contradizer o que eu penso, o que eu acho, mas eles também me ajudam a manter os pés no chão. E agora estou usando a terapia de, ao invés de jogar meus problemas pra cima dos outros, escuto músicas que falam pra mim o que eu tô sentindo, isso inclui músicas de letras negativas. Isso me ajuda. Estranho, não é?
Mas é porque, veja bem, eu decidi ser morada dos dois. De coisa boa, pra espalhar pros outros e semear pra mim, e de coisa ruim pra que eu nunca esqueça como os outros possam agir e dos pontos negativos que podem acontecer, porque, sinceramente, eu cansei de dar murro em ponta de faca e sempre é bom ter alguma proteção.
Eu apoio a sua iniciativa. Porque é o que você escolheu como o melhor pra você, e espero que você alcance, e se mt feliz, porque pelo que você escreve posso ver que merece.
P.S: Também tenho dificuldade de finalizar o texto, mas isso também é bom. Sei lá, texto que acabam do nada sempre me fazem refletir.
Não acha?
Sim... Doideira. Nossa cabeça pode nos lascar se não tomarmos cuidado! hehe Uma leve tendência tipo um crush intenso? hahaha
ExcluirEu ainda sou, de certo modo, inconformada. Eu ainda continuo questionando as coisas. A diferença é que não me sinto mais mal, pelas coisas que não posso mudar. Entende? Antes, eu me torturava. Continuo a mesma, mas com um olhar diferente em relação ao mundo. Eu espero que você não se machuque por ser assim, nunca é legal quando não nos faz bem.
Ah, eu sei. Eu levo tudo como experiência. Mas é que seus pensamentos negativos te levam a um fim diferente dos meus (ainda bem!). É por isso que eu não posso dar vez a eles, entende? Ainda bem mesmo que até os seus pensamentos negativos não te levam a caminhos tão ruins, assim espero! hahaha
Escolher ser morada de coisas boas, não significa esquecer das coisas ruins, se foi a impressão que passei. E não quer dizer que ser morada de um, exclui o outro. Quis dizer que já fui negativa, mas hoje, sou positiva. Se for analisar o todo, sabe? Tipo a porcentagem. hahaha
Estou num momento de transformação imensa... Eu mudei demais de uns anos pra cá. É algo realmente profundo dessa vez
Mas é aquela coisa, cada pessoa absorve as coisas de um modo, né? O meu é um o seu é outro. O meu já foi um, hoje, está mudando. É por isso que não existe fórmula para a felicidade. Pois cada um se sente bem de maneira única. Não há regra quando se trata dessas coisas. E é isso que torna tudo tão interessante.
Sobre o ps., eu sou do tipo que reflete sobre qualquer coisa e do nada. hahaha Então isso pra mim, se torna irrelevante. Já que eu sempre me projeto e analiso aquilo que vejo, leio, escuto. Seja o que for. O que me causa alguns problemas de vez em quando... :c Espero mudar isso também, não é exatamente saudável. ahuahauha