Sobre o meu primeiro ERED (muito conhecimento e amor)

Antes de mais nada, ERED significa: encontro regional de estudantes de direito. Sendo que, nesse que eu fui, o foco foi nos Estados de Aracaju, Bahia e Alagoas. Mas ouvi em um momento lá, sobre alguma Universidade de Piauí, então... hahaha

A fama do pessoal que frequenta eventos assim, não é das melhores. Incrível a capacidade da sociedade de estragar até as coisas que servem para a ajudar, também. Tem gente que vai apenas pelas festas? Claro que tem. Mas tem gente que vai para os dois ou para as palestras apenas, e está tudo bem. Pois que mau alguém está causando? A sociedade tem isso de que quem é sério, gente do bem, não pode ter diversão na vida. Pooooooooois. Desculpa aê sociedade, mas eu não sinto muito por ser feliz e querer continuar sendo assim. Aceite que dói menos. 

Infelizmente eu não pude comparecer aos 11 espaços, perdendo 3. Mas aos que pude comparecer, foram incríveis demais. Teve o Setorial das: Mulheres, Negros e LGBTT. Uma das palestras falava sobre como é o curso de direito e o aluno de direito na atualidade. As condições não são das melhores, de ambos, mas... Já que produzidos mais bacharéis de Direito do que qualquer outra coisa por aqui, não é? A programação está abaixo e assisti e participei de tudo a partir do Setorial de Mulheres. E vou falar um pouco do que aprendi nesses dias incríveis!

Com o Setorial das Mulheres, não ouvi tantas novidades assim. Porém, pude ouvir uma crítica ao feminismo. Afinal, até dentro do próprio movimento, muitas vezes acaba rolando divisão entre mulheres que merecem ser defendidas e mulheres que não. O machismo está tão enraizado que algumas vezes agimos de uma forma  machista e não percebemos. Foi bom para manter o meu senso crítico sempre em alerta. A oficina EREDEX que resolvi participar foi um teatro do oprimido, coisa maravilhosa, apenas com mulheres, EU AMEI AQUELE MOMENTO, só mulheres, compartilhando, sendo companheiras, compreendendo, foi VIIIIIIIIIIIIDA. Meu momento favorito sem dúvida alguma. 

Setorial de Negras e Negros foi o melhor setorial pra mim. As palestrantes ARRASARAM! Falaram sobre o feminismo também e teceram uma crítica que sim, não apenas faz sentido como é algo que acontece, mas algumas pessoas não percebem, é de que as mulheres brancas tem sim privilégios em relação as mulheres negras. Eu, como alguém considerada branca pela sociedade, posso dizer isso. É importante reconhecer que você tem privilégio. Elas falaram de algo que sempre falei, estar no topo da sociedade é ser homem e branco e estar no ponto mais baixo é ser mulher e negra. E olha que nem coloquei situação econômica ou opção sexual aqui. 

No Brasil a situação para negros se complica, pois o racismo não é escancarado como nos Estados Unidos. É uma coisa mais sutil, escondida, como se não existisse. Mas está lá. Negros continuam morrendo mais e mais, morrem mais cedo, dentre diversas outras coisas que elas falaram e o fizeram muito bem. Fiquei tão feliz por ter tido a oportunidade de as ouvir. Foi BOM DEMAIS. Me fez abrir os olhos sobre coisas que eu não sabia que eram preconceituosas, também. Então, assim... Foi a melhor. Eu fiquei tipo... nossa. hahaha

Pela manhã é um calor horrível, foi infelizmente a única palestra que pude assistir, mas ainda assim, muito boa. Me acrescentou muita coisa. Muitas das quais eu já pensava daquele determinado modo, outros me fizeram ver as coisas de maneira diferente... Bom demais. O setorial LGBTT foi incrível também, me esclareceu em diversos pontos, o foco foi sobre os transexuais, me esclareceu muita coisa, outras coisas que a palestrante falou, eu já concordava. Mas como sempre, ouvir quem passa por algo que você não passa (não apenas ler), é sempre tão... não sei como dizer, mas só de você entender, sabe? Mais do que apenas respeitar, mas compreender e fazer com que outras pessoas respeitem, já é algo incrível. Eles falaram sobre como os transexuais são rejeitados pela família e depois pela sociedade, como é raro para eles ou elas darem certo na vida... É uma condição tão dolorosa. Ouvir alguém dizer "as pessoas não te tratam como se você fosse um ser humano", dói de ouvir, imagina sentir isso na pele?

Por fim, assisti um pedaço de um documentário muito bem feito. O Sem Pena. Espero poder assistir ele inteiro, em algum momento. Sempre quis interagir mais com o meu curso, participar das coisas que o Centro Acadêmico organizava e já estou participando mais. Não tenho palavras pra dizer o quanto me deixa feliz, pois eu tinha abandonado um pouco esse meu lado, deixei ele apenas aqui, no blog. Mas agora eu sinto que isso de fato nunca saio de mim, só estava adormecido... E ir ao ERED... Poxa, foi tão a minha praia. hahaha Sabe, me senti um peixe dentro do aquário. 

Estávamos no tédio quando tiramos a foto, não reparem. Ó a minha cara... 

Ana Lua, com carinho e alegria

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