8 de março é para nos lembrar da nossa própria luta

De acordo com o rei tradutor (do google): podemos fazê-lo!
Caso seja um leigo no assunto (feminismo) e queira saber mais, clique aqui.

Eu sempre vejo muita gente por aí dizendo que não entende o motivo das feministas existirem. Aqueles que dizem isso, muitas vezes defendem a ideia de que são a favor de humanos e não a favor (e apenas) das mulheres. Há quem diga, que feministas odeiam homens. Que feministas querem ser homens. Sempre são coisas pejorativas, pois nunca ouvi ou li um argumento plausível contra essa causa. E olha, eu posso entender que um homem diga isso, pois ele não sente a repressão por ser apenas uma mulher. Mas quando uma mulher diz que não entende, eu fico realmente preocupada. Mas sou do tipo que gosta sim, de puxar aquele que não sabe sobre o assunto, sentar e conversar. Acredito e muito no diálogo.

Ao longo dessa minha pequena jornada na Terra até então, se teve uma coisa que aprendi, é que quem nasce com senso crítico, acha que todos deveriam o ter. Que é algo que nasce com todos. Mas a verdade? É que cada um tem o seu tipo de inteligência, né, camarada? Então não adianta gritar com quem não sabe, o melhor é conversar. Milito desse jeito. Mas enfim, o motivo? Qual o motivo? Vamos lá. Se estiver embaçado para você, vou tentar esclarecer isso.


"Os homens são apenas homens. Eles são do jeito que eles são pois é da natureza deles." Já a mulher costuma se enquadrar no puta ou santa. Se ela é santa, deixa como está e se ela é puta não é culpa da natureza dela, a culpa somente é dela. Eu luto para que isso mude. Eu luto para que não exista esse enquadramento ridículo em que nos colocam, a pressão psicológica que temos sobre nossas atitudes com receio de se isso ou aquilo nos torna puta ou não. Se a natureza do homem é explicada por sua natureza por qual motivo a da mulher não é? Seguindo a lógica, ou é sim para os dois ou é não para os dois. Se assim não o for: é machismo. Não existe meio termo (entre machismo e feminismo, em situações assim) e é ridículo dizer que não existe. Não estamos em Nárnia.

Estamos na Terra, onde a sua sociedade ainda é predominantemente machista e patriarcal. Hora de acordar, viu? Isso não tem haver com biologia, mas sim, com uma construção social! Então é não para os dois, não pode ser explicado biologicamente. Mas a culpa recair apenas para o gênero mas "fraco"? É algo social. E não apenas é possível como deve ser mudado. E já está sendo. Aos poucos, mas está.

Voltando... Qual motivos ainda possuo para lutar? Vamos lá. Pois eu quero poder andar na rua sem ter medo de ser estuprada, de ser encochada, de ouvir coisas nojentas que eu não deveria ser obrigada a ouvir. Eu quero escolher as minhas roupas sem ter que me preparar psicologicamente antes de usá-las. Pois é um saco eu sempre ter que lembrar pra mim que independentemente da roupa que eu estou usando, devo ser respeitada sempre. E olha que estamos num país com temperaturas elevadíssimas, não dá pra viver com roupas que cobrem tudo e o tempo todo! Sequer é saudável. Eu quero poder vestir o que quiser sem sentir que estou sendo analisada o tempo todo, como se eu estivesse em uma vitrine implorando por isso.


Eu quero que os homens entendam que eu não estou aqui para ser a mulher que vai fazer dele um grande homem. Eu quero que os mais velhos entendam que não estou aqui para ser a típica submissa de sempre. Eu quero que as mulheres entendam, que não devemos viver numa competição o tempo todo. Chega dessa competição feminina, gente! Eu quero que o mundo entenda que eu sou a dona do meu próprio destino, e mesmo que digam que somos o sexo frágil, nós é que somos o gênero resistente. Nós somos as flores que cresceram em meio aos pedregulhos e não vamos parar até que os direitos se tornem de fatos, iguais. Pois uma coisa é a teoria, outra, é a prática.

Eu quero viver em um lugar onde ter mulher em casa não seja sinônimo de ter uma empregada. Onde eu não tenha que ouvir "homem ajuda na tarefa doméstica", não é ajuda, é dever/obrigação. Eu quero viver num mundo onde os pais não fiquem vigiando a vagina da filha. Eu quero viver num mundo onde eu seja apenas uma mulher, e não uma santa ou uma vadia. E nem me venha com o papo "então vire homem", não. Eu vou lutar pelos meus direitos como mulher. Eu luto como uma garota. Sim, nós podemos. Já leu todas essas frases (nem que tenha sido em inglês)?

Pegar geral? Mostrar muita pele? Falar palavrão? O salário para a mesma função são iguais?

Não precisamos do feminismo? Machismo não existe? Saia de Nárnia, ou do armário, se preferir e comece a criar senso crítico. Comece a questionar as coisas. Não adianta eu explicar e não tentar compreender por conta própria. Pois só um cego para não ver o que está sendo esfregado na nossa cara todo santo dia. Nenhuma realidade é impossível de mudar. Pode ser difícil, mas quanto mais força tivermos, mais rápido a mudança passará a ser sentida.

Nesse dia da mulher, não queremos flores. Queremos que a sociedade lembre de quanta luta esteve por trás dos diversos direitos que possuímos hoje. E ainda existem direitos para serem conquistados! O dia da mulher, no 8 de março, é para nos lembrar da nossa própria luta. Parabéns pra você que milita e para você que não milita também. Pois independente daquilo que você acredita, é uma luta nossa. E a cada vitória? Bem, é nossa também. Que 2015 seja mais um ano de novas grandes conquistas e a consolidação daquilo que já foi conquistado e ainda não se consolidou.

Ana Lua
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+ amor e - competição

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