Ah, mulher
Você consegue ver
Os meus olhos grandes e tristes?
Pois mulher
Eu vejo os seus
Assim como o seu cansaço
E o seu corpo de aço
Mas de coração comestível
Eu vejo como ao lavar as roupas
na beira desse rio
O quanto você se distrai
Ah mulher
Eu quero uma distração assim
Que faça com que esses pensamentos ruins
Tomem outra direção
Que possam sair de mim
Mulher, por vezes eu desgosto tanto da civilização
Me dói o peito, o coração, as tripas
Por que será que dói tanto assim?
E em você, mulher, o que dói?
Com a vida tão simples
Te vejo mais feliz
Feliz que só e nada só
Enquanto eu, da civilização
Do capitalismo e da informação
Não ando feliz não... e ando só
Ah mulher, mulher...
Queria eu ter uma beira de rio para sentar
Lavar a roupa, banhar-me, pescar
Mas tenho a civilização
Que é o vírus do homem
Que mata, destrói
O homem é cego, mulher
E eu sou burra
Que conheço o veneno e ainda o bebo
Ei, mulher.
Um dia superarei o fato de ser só?
De ser frágil e fraca?
Eu queria ter a força que você tem, mulher
O seu cabelo longo, pois não há pressa
O meu eu cortei, alisei
Não posso demorar
Então eu vou indo, mulher...
Ana Débora
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